segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Minha Casa e o Sabiá

Vejo com quanto romantismo se diz do canto dos pássaros
e das janelas abertas permitindo tal expressão de arte .
Vejo com quanto romantismo se diz do canto... do canto que me acorda... que me acordava todas as manhãs.
... dos cantos, pois, na verdade, era um belo e desordenado coral burburando - em vozes gritantes!- guardando um segredo -de cima dos telhados, em faixas e outdoors- assuntos diversos.
...que eu sempre soube, na verdade.
Já sofria dos meus despertadores bem antes de ver o Bem-te-vi pela primeira vez , mas passei a acordar mais cedo que eles, de forma que tal cantarolar não era mais incômodo aos meus ouvidos.

Amarelo e amarronzado, se banhava na irrigação do meu jardim, ou , parado em cima no meu muro, me fazendo mirar os olhos diretamente na luz do sol e, quando desviara meu olhar, imagens e coloridas visões leves.

Aos fins de semana, no sono até mais tarde -um pouco- era novamente atormentado em meu travesseiro e o canto do Bem-te-vi me parecia a expressão mais forte e sobressalente da contradição, até que me via obrigado a levantar-me e, indo até o jardim, novamente o via, já depois do pouso, balançando suas penas debaixo d'água, no verde da minha grama, então começa tudo de novo...
...manhã após manhã.

2 comentários:

  1. Neném, é impressão minha ou o meu estilo de escrita está te contaminando?

    Gostei muito do texto, mas principalmente de como soaram bem as palavras na sequência.

    Um beijo.

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  2. É...parece que sim, mas nada definitivo. É a convivência (para felicidade minha)!

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